sexta-feira, 20 de novembro de 2009



Talvez seja do tíbio acordar pelo cendal cinza das madrugadas; talvez seja do mar encapelado ou do deserto errante que o margina; ou, quiçá, seja do nada fustigando, impetuoso - ajudado pelo vento vagabundo -, a saudade perene do azul dos dias. Caminho pelas artérias vacilantes e silenciosas do recuo das tardes, e avanço pela sombra dos crepúsculos, até me infundir por entre os lençóis límpidos das noites frias. Frágil e amargo, inverno-me nas pálpebras das memórias de espuma e sombra em que anoiteço. Longínquo - assaz longínquo - dos acendrados crepúsculos violeta e púrpura em que amanhecia e entardecia ao som dos violinos do mui notável e virtuoso padre ruivo.


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