segunda-feira, 23 de novembro de 2009
UMA NOITE
Aquele que me ler, plos séculos, uma noite,
Meu verso a revolver das cinzas ou do sono,
Revendo-lhe o sentido à luz, a saber como
Nos homens do meu tempo a esperança se acoita,
Saiba como a alegria em mim, feita braveza,
Dos gritos através, das revoltas do choro,
Teve o combate altivo e másculo da dor
Pra lhe arrancar o amor, como se arranca a presa.
...
...
...
...
Que uma ternura imensa em teu saber se acoite.
Ele exalta essa força e beleza dos mundos,
Adivinhando a causa e seus elos profundos;
Oh tu, que me hás-de ler, plos séculos, uma noite,
Sabes porque meu verso em ti ressoa e vale?
É porque no teu tempo alguém tirou, ardente,
Do âmago da sã necessidade, o ingente
Soco de mármore da harmonia universal.
Un Soir, de Émile Verhaeren (1855-1916)
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário